segunda-feira, janeiro 31, 2005

Bueno patrícios, desde que eu cheguei aqui em Porto Alegre não postei ainda. Tudo porque estou a procurar um ranchito novo para morar. É que o infeliz do aluguel do lugar aonde eu moro passou a ser caro demais para meu soldo. Outro motivo, talvez, seja que ando meio enferrujado por não ter me dedicado tanto ao Capando como deveria. Desculpas esfarrapadas à parte, cruzei pra deixar este pequeno chasque e desejar aos patrícios uma semana macanuda.

P.S. Hoje vi um programa, acho que no SBT, com intenções tradicionalistas e penso que ele não passou mesmo das inteções, porque os novos talentos que eles apresentaram de novo só tinham o nome e o apresentador que deve pensar que para ser gaúcho, capeiro e preciso cometer erros de pronúcia e gramatica da nossa língua . É pena que se façam tantas coisas aqui no estado, nas coxas ao invés de produzir algo um pouco mais aleborado. Fica o meu sentimento e protesto.

Porto Alegre, cheia de janeiro.

domingo, janeiro 23, 2005

Final de Férias

Pois é patrícios, as férias terminaram. Duas semanas de carne gorda, sol quente e muita coisa para não fazer. Sentado na sombra tomando mate, prosiando com a minha Florecita os dias passaram num Vu. Agora a correria começa de novo, o pior não é nem a correria é a cidade grande. Fumaça, ambulâncias, assaltos uma beleza. Pra trás hoje vou deixar mais uma vez o meu interior, o que faço grande pesar. A minha família, meus avós e pais e a carne de ovelha a sete reias o quilo, tudo isso vai ficar. Mas e preciso seguir minha sina entonces, ao meu interior eu digo: hasta la vuelta!

Três de Maio, cheia de janeiro.

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Bueno patrícios, já é sabido de todos com que ressalva eu encaro esse movimento chamado tchê music. Este que tem tomado conta de nossos salões de fandango e que tem cativado muito patrícios deste rincão. Quanto a mim, enquanto eles tocavam: "pega na colher e vai mexendo o panelão" ou " a gang da vaneira chegou"? eu ainda fazia vistas grossas e pensava que, por ser um modismo, este movimento não duraria e logo a campanha tornaria a ser o que era antes. Mas hoje eu ouvi o cumulo do absurdo! Estes animais transformaram uma das músicas da banda Cidade Negra ? Amor igual ao teu ? em vaneira ou algo da espécie. Pouco me importa se esse pessoal usa bombacha estreita, se usa brinco, guitarra elétrica ou bateria eletrônica, aliás não me importo com esse movimento por ser supérfluo e de pouco fundamento. Agora além de transformarem a música de fandango em um punhado de banalidades querem importar bobagens alheias. Daqui a pouco vamos cantar as letras dos grupos de axé e funk em nossos CTGs tudo com uma "nova roupagem". Alguns dizem que temos que modernizar, ampliar horizontes e estarmos abertos a novas experiências. Isso é coisa de fresco! Cantamos a décadas as coisas aqui do pago e o tema não se extinguiu, existem festivais quase que quinzenais por todo o estado e isso sem falar nas centenas de cds lançados todos os meses onde se vê que o tema não precisa de um "nova roupagem". "Falsos tchês estrangeirismos desprovidos de raiz" me lembrei desses verso que resume bem o que é esse movimento. Termino como já terminei alguns posts aqui, om os versos do D. Jaime: "não vou matar meus avós para ficar de bem com os netos"

Três de Maio, nova de janeiro.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Cheguei hoje em Três de Maio, serão duas semanas respirando os ares do interior. É sempre bom voltar a terra onde se nasceu e passou a maior parte da sua vida. Os prédios e os lugares são cheios de lembranças: naquela esquina jogava-se bolita, naquela outra era onde capeávamos namoro, a escola quantas lembranças e o campo de futebol. Parece que enquanto caminho por essas ruas que minha infância não está tão distante de mim. Que meus amigos - agora espalhados por esse mundo véio - ainda estão na suas casas esperando a hora em que poderemos brincar. Nem todas as memórias daqui são boas, assim como nem todos os reencontros são bem quistos, mas essa são as que moram mais longe de mim e que não visito tão seguidamente. Serão duas semanas andando por ruas que me viram crescer, vendo pessoas que me viram crescer e lembrando de um tempo em que não pensava outra coisa, a não ser, crescer. Hoje bombeio o passado e penso que talvez crescer não fora a melhor opção, mas como essa é inevitável, vivo galopeando rumo ao horizonte certo que depois deste, há outros e mais outro que não me fazem, de maneira alguma, esquecer do primeiro.

Três de Maio, nova de janeiro.

sábado, janeiro 08, 2005

Só para informar...

Hoje me presenteou com sua visita o cumpadre Maneador, estamos churrasquenado, falando da vida alheia e tomando umas que ninguém é de ferro. Para nos puxar as rédeas e não deixar a cosa garra pra borracheira a minha Florecita stay acá. Para todos os patrícios nosso abraço e um buenaço final de semana e para o restante dos cumpadres do Capando uma baita quebra costela'
Hasta.

Porto Alegre, nova de janeiro.

quinta-feira, janeiro 06, 2005

La luna

Patrícios, já faz alguns dias que não posto nada no Capando é que a seca que assola o sul do continente também, ao que parece, bateu nas idéias. As novidades são poucas e não muito boas e talvez por isso não as queira contar para ustedes.
Sei que é mais difícil escrever quando se perde o ritmo de produção, principalmente eu que escrevia posts diários, mas para empeçar esta lida basta organizar uma ponchada de idéias e botá-las acolheradas aí no blogue. Quem lê o Capando há mais tempo sabe que as coisas ali variam, mais ou menos, como as estações do ano ou como as fazes da lua. Isso tem lá os seus benefícios, contudo nem sempre se consegue ser constante este cambiar de las lunas. Penso que já faz um tempo que a lua é nova: escura, monótona e triste por estas bandas. E me pego as vezes pensando; porque não mudar!? Ora, se fosse tão fácil alterar as coisas nesta vida, a vida não seria vida, seria - como diz o Maneador - um pacote de quisuco. Mas o lua nova tem de passar, assim como passam as tempestades e as estações das secas, e quando chegar este dia será mui bueno. E enquanto espero preparo as coisas para quando este dia vier. É como se guardasse um par de botas ansiando pelo dia do baile onde iria calça-las, ou aquele baú cheio de bugigangas que não se usa normalmente, mas que se tira o pó e da uma mirada de quando em quando para no momento certo não falharem ou estarem estragadas. Assim então espero que a lua cheia chegue de novo no meu rancho. Trago a guitarra bem afinada e o mate sempre novo, para que quando ela chegar se sinta em casa e queira se aquerenciar. E, quem sabe, de tão faceira convide as estrelas para por aqui também ficar. E sempre haverá lua, e estrelas, e milongas numa noite eterna feita somente para cantar e sonhar.
Porto Alegre, minguante de janeiro de 05.