quinta-feira, setembro 29, 2005

Existe uma máxima que não sei de quem é: um homem deve fazer três coisas na vida - plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho para sua existência ter sentido. Questiono-a as vezes, mas acho que tem um fundo se verdade. Não pela exatidão da letra, mas do princípio: de que devemos deixar nossa marca na história. Pensando dessa forma, creio que consegui algo de meus filhos vão se lembrar no futuro. O fato é que uma das minhas letras foi finalista de um festival e, portanto, está gravada em um CD. Isso me enche de orgulho, pois não somente eu participei desta conquista mais o cumpadre Marcador que estava junto tocando seu legüero. O disco sai em breve. E como tudo aconteceu tão rápido, só agora que me dei conta do fato e da dimensão disso tudo. E, por isso, queria deixar registrado aqui no Capando meus sinceros agradecimentos a todos que colaboraram: Geisa, excelente musicista que compôs aranjo e melodia, Casso guitarrero bueno, Vinicius companheiro de dessa e de tantas outras empreitadas e Renato por seu baixo que marcou, com certeza, o compasso da música como, também, o dos nossos corações. Muchas gracias hermanos e hasta la vuelta.

Porto Alegre, nova de setembro.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Nuvem

O compasso marcado da chuva miúda no telhado de zinco, dava àquela manhã de junho um jeito dormido de inverno. No fogão à lenha as chamas já fracas, agora em brasa vermelha. Da cuia de mate saiam vapores que lembravam as nuvens do céu. A mão que a segurava era a mesma que trazia o palheiro apagado e na outra um graveto para revirar o braseiro. Chinelas nos pés, um ponchito roto que mal-e-mal o protegia do frio que entrava pelas frestas do rancho. Não prestava atenção ou berro do gado solto no pasto, nem ao cacarejar das galinhas no pátio de chão batido, ficava, assim, solito consigo a trançar lembranças e desatinos. Ronca o amargo, relincha o potrilho azulego e a cambona recostada no fogão chia, mais uma cuia e mais um tento de lembranças: nesses dias de não trabalhar quando era obrigado a montar guarda no rancho é que se sentia pequeno demais para tanta imensidão de campo, da vida, de lembranças... Acendido o palheiro é mais uma nuvem que sai, levando torrentes de pensamentos. Havia muitos motivos para desesperar, contudo preferia ficar ali sem tentar buscar resposta para tanta desventura. E se ele fosse uma nuvem também. Estaria agora n'algum canto do pago molhando o varzedo trazendo de volta aquilo que dele mesmo saiu, água. Queria ser nuvem e voar,voar para onde nem homem, tampouco bicho ele iria encontrar. E quem sabe, neste lugar, encontrar a paz que tanto sonhara.

Porto Alegre, nova de setembro.

domingo, setembro 11, 2005

De volta pra bailanta

Pôs, lhes falo patrícios depois de um mês sem postar já estava com coceira nos dedos. Agora de computador novo o Curador aqui vai voltar a chasquear mais seguidamente. Gracias por não nos terem abandonado. Para ustedes entonces um regalo. ESte música é do Chaqueño Paladecino.
Hasta patrícios.

La sin Corazon

Me tiene encadenado a su corazon de piedra,
de su indiferencia prisionero yo soy.
No hay jaula que la resista,
es pajaro libre al viento,
solita sin dueño siempre quiere volar.

Arisca como ninguna la sin corazon le llaman
como un picaflor revoloteando se escapa.

Bien sabe que es arroyito
y muero de sed por ella.
Su curso me aleja cuando pido su amor.

Como agua entre los dedos
se escapa de mi y se aleja.
Dejandome apenas gotas de su sabor.

Arisca como ninguna....

Porto Alegre, nova de setrembro.