quarta-feira, maio 31, 2006

Patrícios, hoje nada de controvérsias, pois estou cheio de coisas para ler e pouco tempo para tanto. Entonces, nada de postar algo de fundamento.

Porto Alegre, crescente de maio.

P.S. Espero que as coisas se acalmem, se não for assim... bueno, aí não sei o que vai se hacer.

segunda-feira, maio 29, 2006

Bueno, eu não sou muito de ficar falando sobre os acontecimentos da nossa ilustre entidade tradicionalista, o MTG, mas, hoje, me chamou a atenção uma notícia que li no jornal. Digo, o que prendeu mesmo foi a afirmação do nosso Papa, quero dizer, patrão, Manoelito Savaris que, poupando os ortodoxos da afronta, ou não, foi a mais genuína expressão do fundamentalismo que tomou conta da instituição. "O que importava era a capacidade de argumentação e expressão, não a opinião da prenda" - diz o presidente do MTG, Manoelito Savaris. O contexto dessa pérola é o concurso de prendas do MTG. Em resumo, para ele pouco importa se as prendas sabem pensar, desde que, elas repitam o discurso correto. Em mim isso causa ojeriza. E é por isso que o movimento continua falando de algo que não existe mais, ou nunca existiu. Por isso, continua-se cantando as mesmas ladainhas sem significado, salvo as escassas expressões que podemos chamar de artísticas. Patrícios, será que o MTG ainda não percebeu o seu lugar na sociedade? As últimas notícias dizem que não, já que não se cansam de olhar para o próprio umbigo e o achar extremamente atraente...
Bueno, sei que estas palavras vão desagradar muitos leitores do Capando e, já que o blog não tem um editor chefe, eu mesmo coloco a nota.
As afirmações acima contidas são de responsabilidade única e exclusiva do autor.P

P.S. Rezo todos os dias para que o Capando não entre na lista dos blogorum proibitorum do MTG.

Porto Alegre, nova de maio.

domingo, maio 28, 2006

Xucro Espetáculo

Se um maneia
O outro castra
Vem aquele e marca
E por último alguém
Para curar
Que sobra para os outros
Senão assistir
Esse xucro espetáculo

Porto Alegre, nova de maio.

Marvada Pinga

Com a marvada pinga
É que eu me atrapaio
Eu pego no copo e já dou meu taio
Eu chego na venda e dali não saio
Ali memo eu bebo
Ali memo eu caio
Só pra carregar nunca dei trabaio
Oi lá
Sempre bebo a pinga
Porque gosto dela
Bebo da branquinha,
Bebo da amarela
Eu bebo no copo, bebo na tigela
Bebo temperada com cravo e canela
Seja em qualquer tempo vai
Pinga na goela
Oi lá
Venho da cidade
Já venho cantando
Trago um garrafão
Que venho chupando
Venho pro caminho,
Venho trupicando
Chutando o barranco
Venho cambetiando
No lugar que eu caio
Já fico roncando
Oi lá
Não largo da pinga
Nem que eu tome pito
Que é de inclinação eu acho bonito
O cheiro da pinga fico meio aflito
Bebo uma garrafa e já quero um litro
Já fico babando crio dois espírito
Oi lá
Pinga temperada eu não modifico
Quem manda no bule
Eu chupo no bico
Vou rolar na pueira
Que nem tico-tico
Vou de quatro pé destripando o bico
Junta a mosquiteira
Mas eu não implico
Oi lá
A muié me disse
Ela me falou
Largue dessa pinga
Peço por favor
Prosa de muié
Nunca dei valor
Bebo no sol quente
Pra esfriar o calor
E bebo de noite pra fazer suador
Oi lá
A muié me disse
Largue de beber
Pois eu com essa pinga
Hei de combatê
Você fique quieto largue
De tremer
Depois que se embriaga
Não levanto ocê
Vô deixá das pinga só quando eu morrer.

Porto Alegre, nova de maio.

quinta-feira, maio 25, 2006

Num sonho...

Num sonho
Um tropel
Entre todos os fletes
Uma égua moura
Crinas negras
Olhos negros
Profundos
Cruzam
Fica a poeira vemelha
Grudada no suor
Do rosto

Porto Alegre, nova de maio.

quarta-feira, maio 24, 2006

Essa é a minha segunda semana como docente/estagiário numa turma do EJA. Meus alunos são de vários lugares, muitas vivências e histórias de vida. A maioria trabalha o dia todo e à noite vem para a escola. Bueno, muitos universitários fazem isso também, então onde está o mérito!? Acredito que esteja no fato de grande parte deles ter mais de 25 anos e estar na 8ª série do ensino fundamental. Eu espero, sinceramente, que consiga passar-lhes algo que seja de serventia, pois a mim eles já deram grandes lições.

Como é lindo colar grau
num salão de faculdade,
embora essa qualidade
não transforme o bom em mau,
o Jayme Caetano Braun,
dessa linha não se afasta,
a inspiração não se gasta
nem me torna mais cruel,
eu conquistei um anel
o de gaúcho - e me basta!

Porto Alegre, nova de maio.

terça-feira, maio 23, 2006

Fugindo da ortodoxia

Sei que as vezes, para muitos, tenho fugido da ortodoxia gaudéria e proposto temas para os pots que podem soar heréticos. Felizmente, ou infelizmente, tenho uma tendência a descumprir regras. Bueno, e como nunca fui desacatado aqui no Capando, continuo minha tarefa, ora mais ao sul, ora bem longe daqui.

"No entanto, do fundo do coração te agradeço o desespero que me causas, e detesto a tranqülidade em que vivi antes de te conhecer"
Sóror M. Alcoforado

Porto Alegre, cheia de maio.

domingo, maio 21, 2006

Carancho

Que dia bem atrapaiado esse de hoje... cuê pucha! Bueno, largo mais um tento antigo, de novembro/04, espero que gostem...

T... tinha a incerteza na alma daqueles que plantam e espera mui larga daqueles que colhem. Mirava a ressolana que castigava a lavoura. Um campito detrás do rancho meia dúzia de pés de milho, mas que eram muito importantes. Havia galinhas no pátio cacarejando pedindo bóia, um matungo judiado que também ganhava milho, filho e a mulher. Nem imaginava ter que pedir de novo uns cobres pro coronel. Por causa dessa sandice perdera o campo do fundo no começo do mês. O que mais lhe sangrava no peito eram os piazitos mui magros que tenteavam de bodoque as perdizes no capoeral. Essa safra o Patrão do céu vai ser bueno comigo, deve mandar a chuva para a lavoura vingar. Pura e santa ingenuidade. A chuva não veio, o campo se fez morte e não vida e um dos piazitos, por fraqueza, não cruzou o inverno brabo. Uma mágoa queixosa bateu-lhe nos olhos e a chuva que não veio, nas lágrimas se mostrou. E o sal que lhe molhava o rosto, deixando a boca em fel lhe fez erguer os olhos e clamar para o céu. Que Deus olhasse para sua desgraça e mandasse ventura, ou lhe dizimasse a raça.
Na madrugada campeira não foi T... que chorou mas o céu - morada das almas puras - que mandou água e esperança para este rancho de um carancho que cismava em acreditar e sonhar.

Porto Alegre, cheia de maio.

P.S. Que bueno esse invernito.

quinta-feira, maio 18, 2006

Copie esse do blog so cumpadre Castrador, lindos versos, espero que gostem.
No mais... ando tocando cavalo.
Hasta siempre.

Quando Sopra o Minuano
Barbosa Lessa

Minuano tá soprando, assobiando nesta noite
tropeando seus fantasmas, tropeando
e as almas vão passando galopando redomões
fantasmas do passado no tropel das tradições.
Levanta gaucho, todos precisam andar
Minuano tá chorando e o Rio Grande precisa cantar

Venham comigo voar com o minuano
na galopada destas almas pelo-duro
neste tropel em que se unem gerações
e as velhas tradições dão o rumo do futuro
e o minuano vai correndo doidamente
e o próprio frio aquece o coração da gente
e o coração todo abre e se expande
pra que entre em nosso sangue
o próprio sangue do Rio Grande.

Porto Alegre, cheia de maio.

terça-feira, maio 16, 2006

Sob o telhado desse galpão


"Que culto estranho, que pampeano rito,
vivem em tais vultos que divergem tanto
é a liberdade que fundiu num grito
todas as vozes do Rio Grande santo"

Tem coisas que só o nativismo faz, unir os quatro qüeras que formam esse blog é uma delas. E já faz dois anos que estamos juntos, não dividindo quase nada além dessa paixão que bombeia o coração e circula por debaixo de cada palmo da pele que nos cobre. A paixão pelas coisas do Rio Grande, pelo povo que compõe essa nação dentro de uma nação, pela natureza rude e crua na qual o gaúcho brotou e cresceu imponente.
Paixão pelo assovio do minuano, que soa triste entre as árvores, pelo grito do quero quero, ecoando pelas coxilhas em busca de resposta, pelo barulho do capincho, sisudo, mergulhando na sanga, e a visão do pampa que se desenrola no horizonte despertando no gaúcho ao mesmo tempo a pequenez de sua própria existência, assim como a grandeza inegável de tem por fazer parte daquela paisagem.

O Rio Grande nos uniu, e nos mantêm unidos apesar de todas as outras cousas que nos mantêm diferentes, visões políticas, teológicas, metodológicas, étnicas e etárias, são logo postas de lado quando a cuia passa de mão em mão, quando a carne gorda assa na brasa e se assunta os últimos "causos" na beira do fogo.

Me lembro do primeiro templo dessa estranha religião, foi num galpão montado, imagine só, no coração da grande Porto Alegre. Um oásis bagual no meio da selva de pedra, onde nos reuníamos fugindo dos rostos frios e sem expressão, das regras sem significado nem calor humano que regem as relações dos gaúchos urbanos. Não apenas fugíamos, mas nas nossas idas ao galpão voltávamos para o lugar de onde saímos sem nunca o ter de fato deixado para trás. Voltávamos para a simplicidade nas relações, para o sorriso largo e generoso, para o cheiro de carne meio crua pingando no chão batido, para as conversas sem compromisso, para alegria de encontrar no outro, a mesma paixão que pulsa dentro do nosso peito.

O galpão, já não existe mais, mas até hoje permanece como um símbolo daquele outro, igualmente rústico, que carrego dentro desse meu coração velho.

domingo, maio 14, 2006

Mais um ano...

Amanhã o Capando faz dois anos. Queria, entonces, fazer uma pequena retrospectiva, pena que não a possa o fazer juntamente com meus cumpadres que cá escrevem comigo. Bueno, são 273 posts: muitos causos, música e poesia, alguns desabafos e uma que outra rusguinha. Também figuraram por aqui declarações de afeto as prendas, aos amigos e parentes mais chegados. E pensar que tudo começou num domingo à tarde em meio a uma borracheira bárbara... Lembro o início quando cada visita era contada com alegria de piá que recebeu bombacha nova, depois veio a comunidade no orkut e algumas reuniões, tencionando planos empreendedores que nunca deram em nada, digo, nada não, pois rederam algumas fotos que ainda nos fazem rir largo. Quando iniciamos éramos três, como no livro e na novela, depois se juntou a nosotros o Marcador, índio da pura cepa que dispensa apresentações. Engraçado, três ontonte parei e reli alguns posts... quanta coisa já passou, quanta carne gorda mal-assada, tantos mates e prosa boa... mas o que me impressiona em tudo isso é o quanto mudamos: filhos, ideais, inquietações... dois anos não é muito tempo podem os patrícios pensar, concordo, no entanto, as datas do calendário nem sempre nos dão uma noção exata do que se passa. Mas não posso deixar de salientar algo que não cambiou e, assim espero, nunca irá mudar - a amizade. Embora o maleva do ofício de cada um, impeça nossos encontros que já foram semanais, abraço a cumadre Camila sei que ela sente saudades do carreteiro, continuamos a cada camperiada que travamos juntos, sentindo a mesma faceirice de antanho. Digo sem pestanejar que o Capando se tornou uma família, unida por laços indeléveis que nem o tempo, tampouco a distância poderão romper.
Agradeço muito a Patrão de todos os que vivem cá em baixo, por essa bendição esse lenitivo, utilizando uma palavra que D. Jayme gosta muito, que são os meus fiéis e buenaços amigos do Capando - Castrador, Maneador e Marcador, muy gracias meus amigos, muy gracias meus irmãos e feliz cumpleaños Capando Touro a Unha.

Porto Alegre, cheia de maio.

sexta-feira, maio 12, 2006

Tormenta - Repost

"Maria, chama os guris que vem tormenta!" gritou Nicácio da porta do rancho para Maria que estava no pátio recolhendo a roupa. Ela voltou o olhar por cima do ombro e continuou sua tarefa despreocupadamente. O esposo, ao ver que mulher não dera importância para o seu conselho, saiu a procurar a gurizada. "Esses malevas! Devem estar por aí fazendo arte e eu aqui me importando com eles." Enquanto Nicácio campeava pelos filhos, uma barra negra e densa vinha mui ligeira do lado chovedor. "La pucha! Ou eu encotro logo esse piazedo, ou tomo essa chuva no lombo." Pensava contrariado. Preferia estar em casa meteando, onde já se viu ele o homem da casa ter que correr atrás dessa piralhada, o pior é que Maria nem fizera causo do que dissera. "Essa mulher!" "De uns tempos para cá finge que não me ouve. Primeiro aquelas rusguinhas por minhas idas ao comércio de carreira, agora esse silêncio que as vezes me tira do sério. Qualquer dia eu perco a paciência e, aí, ela vai ver o que é bom prá tosse." E o tempo véio fechando, tronando alto, fazendo da meia tarde, tardezinha. "Onde se meteram aquelas pragas!" "Quando é para ir à escola é aquela ladainha, mas pro retouço não tem ruim." Nicácio ia nesse passo, um pouco praguejava, outro pouco bombeava as nuvens gordas sobre sua cabeça. "O pior é que saí sem chapéu, agora essa maldita tormenta empeça e eu quero vê." "Fulano!, Betrano!" "Quem sabe quando eu voltar a mulher esteja mais mansa. Pode ser que até me regale com algum carinho por ter ido atrás dos guris." "Bah! Já faz um tempito que ela nem me olha. Se deita vira pro lado e pronto. E eu loco de brabo. Tenteio ainda algum carinho, mas a bicha faz que tá dormindo e fico chupando o dedo." De repente, um clarão dali a pouco um estrondo. "Esse foi perto!" "Melhor eu achar os piás loguito" Apertou o paço rumo ao capão, gotas pesadas e mornas já lhe batiam no rosto. Parou, chamou e nada dos filhos. "Já devem ter voltado pra casa, numa altura dessas." Vez meia volta e a trotezito garrou o rumo do rancho. "De hoje a Maria não passa, ou ela cumpre com seu papel de esposa, ou me mudo pra zona." Por um instante parou, silente, e reparou na bobagem que pensara. Onde já se viu ele um homem de bem ir morar na zona...
Quando chegou perto da morada, os meninos já estavam coma mãe à porta. Entrou, cabeça baixa, tirou a roupa encharcada tomou um trago e foi se deitar. Enquanto, lá fora a tormenta já tinha cruzado e, agora, uma chuva mansinha caia.


*Bueno é mês de aniversário do Capando, entonces, vou repostar alguns dos antigos. A Lua é cheia hoje, muy linda...

Porto Alegre, cheia de maio.

quinta-feira, maio 11, 2006

No Céu dos Canarinhos...


Bueno, indiada, venho por meio deste post comunicar o falecimento do passarinho Felício. Este fantástico espécime da família dos canários, que desde Janeiro de 2006 residia cá no rancho do Marcador. Seus primeiros meses foram de pura alegria, canções e assovios. Mas nos últimos dias sofria com problemas respiratórios. Muitas vezes o encontramos com falta de ar, arfando gaiola afora. Contudo, as últimas imagens do Felício foram de uma passarinho alegre, enquanto se refestalava diante do calor do Sol, imponente como um General Farroupilha.
Com certeza está no Céu dos Canarinhos!
Hasta siempre....
Hoje nada de post denovo, muito remédio nas guampa...
Quebra costela!!!

terça-feira, maio 09, 2006

Eu ia postar algo hoje mais elaborado, mas... bueno não tem desculpa, entonces patrícios fiquem com mais um verso rimado.

Na vila dos borracho tem de tudo um pouco
Só não tem fundamento esse bando de lôco
Essa sede doentia, esse espírito de porco
Lá ninguém chega inteiro e quem quiser chegar
Vá rumo ao exagero, ao limiar do insano
Não existe perda...no fim de tudo, à esquerda.

Porto Algre, nova (pelo menos para mim) de maio.

segunda-feira, maio 08, 2006

Uma verdade, somente...

Nunca devias ter saído donde saíste. Disse-lhe D. A vida lá fora, distante do pago é difícil e tu sabias bem, no entanto te enveredaste por esse caminho... e agora? Eu te pergunto: E agora!? No fundo T sabia que aquilo era verdade, mas a ilusão da cidade - suas luzes, suas mulheres, seus... - contudo, intuía também que não poderia voltar, tornara-se tão diferente que acabara por não ser de lugar nenhum. No campo estava feliz, mas sentia falta de algo e, no povo, não era de outra forma. Perdera a conta de quantas vezes entrouxou seus peçuelos... mas nunca tinha coragem suficiente para partir. Imaginava a vergonha que sentiria ao voltar derrotado, seria caçoado, mal visto... um perdedor. Pensava nos cobres que o pai gastara com a sua educação, do orgulho que o velho tinha ao contar aos amigos, no bolicho, que o filho seria doutor. E, agora, deparava-se com aquela verdade novamente, de ser um estranho onde quer que estivesse. O pior é que há tempos era um estranho para si, não reconhecia seus pensares e viveres tão diversos daqueles de outrora. Quando parava, refletindo quanto tudo começara a cambiar só encontrava cenas esparsas: livros, pessoas... Sentava-se por horas em sua sala de estudos a olhar uma das paredes brancas e nada, nada de entender o que se passava. Será esse meu destino, a dúvida... Se ao menos ainda tivesse alguma certeza, poderia agarrá-la com unhas e dentes e por ela viveria, talvez. Olhando fixamente para o amigo, ergueu os ombros e disse: quem sabe não devêssemos nunca ter saído mesmo de lá... mas, sua voz saiu tão fraca, quase um soluço, que o companheiro pensou que delirava...

Porto Alegre, nova de maio.

domingo, maio 07, 2006

O inverno começa a apontar por cá e eu ando loco de faceiro com isso.
Hoje fui ver minha afilhada linda e me regalar com a buena companhia do meu cumpadre Marcador e da cumadre Camila, personas boníssimas. Tchê, não tenho do que reclamar mis amigos son los mejores, comnheiros pra toda lida... sou eu que as vezes rateio com ellos, mas eles compreendem meu mutismo na maioria das vezes...
Quanto ao resto, bueno anda como os ventos sopram - ora degavar uma barbaridade, outras mais de pressa um pouquito... Entonces, me despeço de ustedes. Que tenham uma semana muy buena.

Porto Alegre, nova de maio.

sábado, maio 06, 2006

O copo que trazia já pela metade a canha amarelida que bebericava aos pouquitos, atirado na cadeira de palha bombeava o bolicho: pobre, sujo, enfumaçado... Levantava-o à altura dos olhos e ficava a ver o tosco lugar através da canha... impressionava-se como tudo cambiava de cor e forma, não que estivesse borracho, somente faceiro depois daquele trago. Ficou a rir de si, não lembrava da desgraça que lhe assaltara dias antes, agora tudo se tornara amarelado e disforme sob as "lentes" que utilizava. Como seria bueno se o mundo, a vida, fosse assim simples - quando quiséssemos vê-la de outra forma teríamos que somente trocar de mirada, de óculos... e seriam vários, de muitas cores e formas, permitindo inúmeras combinações: lentes de bem-querer, lentes de paz, de desejo... que colocadas uma pós outra produziriam novas e inimagináveis sensações.
Recostado na cadeira o copo erguido à altura dos olhos... um cusco late e sucumbe seu devaneio. Sou só um borracho que insiste em querer ver o mundo através de um copo de canha... e baixando o copo até os lábios tomou num gole o que ainda restava da cachaça.
" Na Vila dos borracho garafa é teta e ninguém é guacho"

Porto Alegre, nova de maio.

sexta-feira, maio 05, 2006

Patrícios, lá se vão uma penca de post´s, dos quais pouco se aproveita, mas como vocês continuam a visitar o Capando, eu cá, continua a escrever quase que diariamente. No começo apenas por exercício, ahora, por necessidade. Quando não posto parece que deixei de falar com alguém muito querido. Muitas vezes penso ser um tanto quanto estranho, já que a maioria das pessoas que nos visitam, sequer conheço. E, embora sejam poucos os coments, tenho um apreço, e acredito que os companheiros do Capando sintam o mesmo, conto cada visita como uma criança que conta as bulitas. Sei que nesse blog já passou tanto de mim que quando leio não consigo acreditar, muitas vezes.
Bueno, de novo nada - a mesma correria...

Porto Alegre, nova de maio.

quarta-feira, maio 03, 2006

Três de Maio...

Hoje, num rincão distante da capital, uma pequena querência completa mais um ano. Não posso falar do seu grande legado à humanidade, pois além de Charles Kiefer, pouco se produziu de bom neste local, mas seria injusto eu não mencionar o aniversário da terra que me pariu - do lugar onde aprendi a gostar do campo, da boa música, onde moram meus pais e avós... onde o frio enregela no inverno e no verão o sol escalda, onde os galos cantam nas madrugadas e o pôr-de-sol é dum vermelho que nem lhes conto...
Muitas vezes senti saudades, muitas vezes quis estar lá....
A minha querida Três de Maio os meus mais sinceros e devotos parabéns, pois sou filho desta terra e não nego a minha procedência.

Porto Alegre, nova de maio.

segunda-feira, maio 01, 2006

Chacarera del Olvido

Chaqueño Palavecino

Se acabó el querer
luego la pasión
se llenó de olvido
el montanar del amor.

Como imaginar
que la libertad
no tiene sentido
si a mi lado no estas.

Cuando caiga el sol
al atardecer
echaré de menos
el calor de tu piel.

Llevaré en mi pecho
todo lo vivido
y aunque con olvido
hayas pagado mi amor.

Intenté olvidar
todo entre los dos
pero no se tapa
con las manos el sol.

Late corazón
no calles tu voz
largo es el camino
pa'l que carga un dolor.

Sueños de un amor
vivimos los dos
ya se ha vuelto polvo
dentro del corazón.

Porto Alegre, nova de maio.