Hoje na universidade descobri que uma das máximas que já me haviam dito é bem verdade: "que a humildade é a virtude dos sábios". Digo isso porque tenho aula com um doutor formado em Harward, pode parecer grade coisa, contudo, o alimal e uma nutria. Desde a primeira aula eu já percebi que ele era um pouco pachola, tudo bem, julguei que o poderia ser. Só que hoje vi que a sua pacholice existe para esconder sua "ignorância". Bueno, um doutor de Harward deveria no mínimo dar uma aula que preste, o que não aconteceu. Além de ficar dando uma de buliçoso o alimal só falou asneira. Minha revolta, patrícios, não é nem porque a aula foi péssima, solamente porque este tabacudo insistiu em dizer sua titulação por várias vezes durante a mesma. Já que, o meu ouvido não é pinico fica aqui o registro: de que adianta o tal título se o pachola é um tongo.
O pior é que alguns nutrem tal admiração por estes "doutores" que a crítica acaba sendo esquecida, ou fica calada pois, afinal de contas, o alimal é um doutor. Patrícios, fico me perguntando até quando vamos olhar primeiro para o quanto de gado que tem o nosso semelhante é só depois, então, vamos dizer o quanto ele vale!?
Prefiro ficar com as palavras do Nazareno, o andarengo, como dizia Aparício da Silva Rillo.
" - Pobres de bens e espírito vos chamam
os poderosos sempoder nenhum...
mas há um reino que é vosso e vos espera
numa terra que herdareis, por nada terdes,
senão, as carnes que vertem vossos ossos
e essa esperança que vos mata a fome...
- a vós pertence essa estância
de léguas de sesmaria.
a braço algum há de faltar serviço,
nem haverá patrão para cobrar-vos
o ouro de vosso suor com que seus bois engordam,
a força de vossas mãos a embandeirar espigas.
- sem que o possais entender, sois venturosos
em vossas aflições, vossas angústias.
e porque a mansitude e a humildade vos reveste,
herdareis outros bens que não aqueles
que vedes nas mãos de garra, da usura...
- vossa fome de igualdade e de justiça
será saciada, como a do faminto
que encontra à mesa posta, vinho e pão...
e por misericordiosos, flui de vós
a água limpa da felicidade
que vos dará mesericórdia por beber.
por puros de coração vereis a deus
e sereis chamados seus filhos,
meus irmãos !...
- porque a pregação da paz é vosso canto,
vossa cordeona de espantar pesares
para reunir irmãos em baile de ramada.
e porque vos persegue a injustiça da justiça,
havereis de reguer um dia vosso rancho
no sítio que escolhereis em sua estância,
essa, que o pai destinou aos ofendidos,
aos caluniados por me acreditarem
e ouvirem minha voz, com a um cincerro
timbrando bronzes pela madrugada...
- imaginai os rincões onde ireis estanciar:
trevais e sombras, sanga cantadeira,
leite de apojo, pão de forno e mate
bordões de brisa a salmodiar toadas,
dessas que falam de ternura e paz !...
- há de ser essa avossa recompensa,
a vós, despionados da fortuna
que nada tendes mais que vosso corpo.
mas sois, sem que o sabais, o sal da terra,
a luz do mundo na chamados candieiros
a iluminar o caminho, porque vindes
a escutar minha palavra, timbre e eco
do verbo de meu pai, de que sois rama !...
- e não vos preocupeis com vossas penas,
nem com vosso exterior, que apenas vale
o que levais no íntimo e por dentro !...
- assim, vos vê meu pai e há de prover-vos
e amar-vos tanto como a mim, - seu filho,-
feito a vossa figura e vosso irmão..."
Porto Alegre, lua nova de agosto.
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