Entocado em casa. Bombeando pela janela e achando que a lida não tem muita serventia as vezes. Nenhum verso novo, as músicas que oiço são as mesmas, também. Bueno, mas amanhã tem carne gorda mal-assada no rancho de Castrado e isso é macanudo. Bamo, colocar a conversa em dia e tomar uns trago, felizmente. No mais, ando tocando cavalo.
Porto Alegre, nova de setembro.
Blogue grosso e taura uma barbaridade. Nele, além de cultura, literatura, música, payadas, vão nossos chasques e peçuelos. Reflexões feitas à beira dum fogo de chão escritas por quatro queras arinconados em Porto Alegre: Maneador, Castrador, Curador e Marcador.
sábado, setembro 30, 2006
segunda-feira, setembro 25, 2006
Ando escrevendo poucas coisas de próprio punho no Capando, por faltar tempo, tanto quanto vontade. Mas algumas vezes bate uma saudade de trançar um tento e cá me ponho eu a charlar um pouquito. Nos últimos dias o tempo tem corrido largo, gostaria de saber quem foi que formou esse maldito parelheiro para correr tanto assim!? Bueno, outubro já está escarciando e eu tentando puxar o freio de setembro ainda. Mas como esse malacara não é bueno de boca, vai que é um tiro. Os contos do Silva Rillo têm sido a diversão que me tenho dado, embora eles sejam meu objeto de estudo para uma comunicação em uma jornada. No mais, os cavalos é que andam a me tocar... quem mandou encilhar um desdomado!?
Porto Alegre, nova de setembro.
Porto Alegre, nova de setembro.
domingo, setembro 24, 2006
Pedro Osório 2016 - Cidade Candidata
Kledir Ramil
Só porque vai sediar o Pan, o Rio quer também organizar os Jogos Olímpicos de 2016. Não sei quem toma essas decisões, mas gostaria de apresentar uma proposta: a candidatura da cidade de Pedro Osório. Nada mais justo do que homenagear esse município que traz na sua origem o nome de Vila Olimpo. É uma cidade predestinada.
Nós, os gaúchos, somos o povo mais preparado para sediar os jogos, se levarmos em conta alguns fatores. Por exemplo, a tocha olímpica. Ninguém sabe fazer um fogo como nós. Qualquer índio velho junta umas achas de lenhas, acende um fósforo e pronto. E aí, aproveita o braseiro, enfia um naco de picanha gorda no espeto... Não há dúvida, seria uma olimpíada inesquecível.
É claro, teríamos que fazer algumas adaptações. As modalidades de esportes precisariam incorporar jogos com características mais regionais, como a Bocha, o Truco e o Jogo do Osso. O espírito olímpico do Barão de Coubertain - "o importante é competir" - teria que ser alterado para alguma coisa do tipo "não te fresqueia, bagual".
O Boxe poderia ser substituído pela Briga de Baile, mais emocionante. Só termina quando alguém abre a cabeça do outro com uma garrafa de cerveja. Nas artes marciais temos a Queda de Braço e a Guerra de Bosta. Tênis de Mesa, o tal do Ping-Pong, pra nós é jogo de criança. Já que tem diversão pra gurizada, podiam incluir também Bolinha de Gude, Pandorga e Bodoque com Caroço de Cinamomo. Arco e Flecha é barbada, é coisa de índio. A gente mexe com isso desde o tempo dos guaranis. E esse negócio de Ciclismo é passeio de bici. Vamos botar as mulheres pra disputar com eles. Agora, aquela corrida esquisita em que os homens ficam se requebrando com passos de mulherzinha, está proibida.
Natação terá Nado de Costa com Poncho em Açude, esporte para poucos. Hipismo vamos manter, o que não falta é cavalo pra Cancha Reta. Tiro ao alvo também, mirando uns maçanicos do banhado. A Esgrima vai usar adagas de verdade e não aqueles arames fininhos, sem graça. E se tocarem uma rancheira, melhor, a coisa vira Dança dos Facões.
Futebol será o de Campanha - com bota e espora - para se adaptar às condições do estádio, que durante a semana funciona como pastagem para o gado. A Ginástica Olímpica será substituída, com vantagens, por Chula e Chimarrita. E vamos promover alguns esportes até então considerados menores, como Cuspe em Distância, Peteleco e Halterocopismo.
Tudo isso sem falar da festa de abertura: som de 300 bombos legüeros, apresentação de Gisele Bündchen... E por aí vai. Vamos amadurecer a idéia. Não quero cantar vitória antes do tempo.
Porto Alegre, nova de setembro.
Kledir Ramil
Só porque vai sediar o Pan, o Rio quer também organizar os Jogos Olímpicos de 2016. Não sei quem toma essas decisões, mas gostaria de apresentar uma proposta: a candidatura da cidade de Pedro Osório. Nada mais justo do que homenagear esse município que traz na sua origem o nome de Vila Olimpo. É uma cidade predestinada.
Nós, os gaúchos, somos o povo mais preparado para sediar os jogos, se levarmos em conta alguns fatores. Por exemplo, a tocha olímpica. Ninguém sabe fazer um fogo como nós. Qualquer índio velho junta umas achas de lenhas, acende um fósforo e pronto. E aí, aproveita o braseiro, enfia um naco de picanha gorda no espeto... Não há dúvida, seria uma olimpíada inesquecível.
É claro, teríamos que fazer algumas adaptações. As modalidades de esportes precisariam incorporar jogos com características mais regionais, como a Bocha, o Truco e o Jogo do Osso. O espírito olímpico do Barão de Coubertain - "o importante é competir" - teria que ser alterado para alguma coisa do tipo "não te fresqueia, bagual".
O Boxe poderia ser substituído pela Briga de Baile, mais emocionante. Só termina quando alguém abre a cabeça do outro com uma garrafa de cerveja. Nas artes marciais temos a Queda de Braço e a Guerra de Bosta. Tênis de Mesa, o tal do Ping-Pong, pra nós é jogo de criança. Já que tem diversão pra gurizada, podiam incluir também Bolinha de Gude, Pandorga e Bodoque com Caroço de Cinamomo. Arco e Flecha é barbada, é coisa de índio. A gente mexe com isso desde o tempo dos guaranis. E esse negócio de Ciclismo é passeio de bici. Vamos botar as mulheres pra disputar com eles. Agora, aquela corrida esquisita em que os homens ficam se requebrando com passos de mulherzinha, está proibida.
Natação terá Nado de Costa com Poncho em Açude, esporte para poucos. Hipismo vamos manter, o que não falta é cavalo pra Cancha Reta. Tiro ao alvo também, mirando uns maçanicos do banhado. A Esgrima vai usar adagas de verdade e não aqueles arames fininhos, sem graça. E se tocarem uma rancheira, melhor, a coisa vira Dança dos Facões.
Futebol será o de Campanha - com bota e espora - para se adaptar às condições do estádio, que durante a semana funciona como pastagem para o gado. A Ginástica Olímpica será substituída, com vantagens, por Chula e Chimarrita. E vamos promover alguns esportes até então considerados menores, como Cuspe em Distância, Peteleco e Halterocopismo.
Tudo isso sem falar da festa de abertura: som de 300 bombos legüeros, apresentação de Gisele Bündchen... E por aí vai. Vamos amadurecer a idéia. Não quero cantar vitória antes do tempo.
Porto Alegre, nova de setembro.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Apenas por retoço...
Um dia, no pampa largo,
clarins de guerra tronaram
chamando à revolução.
Pelas estâncias e vilas
caudilhos juntavam gente
pra o entrechoque iminente
jogando irmão contra irmão.
João da Gaita, o andarengo,
mesmo pouco percebendo
qual o sentido da luta
também foi na reculuta
como vaqueano da tropa.
Quando os caudilhos gritavam
pela coragem dos tebas,
nas cargas de espada e lança
os cascos da cavalhada
multiplicavam tambores
no couro tenso do chão.
Era a luta - transformando
cada local de combate
num campo-santo onde as cruzes
eram o "esse" das adagas
espetadas contra o céu.
Nos fogões de acampamento,
pelos alces dos combates,
a velha gaita se abria
num responso varonil.
E a indiada lembrando bailes,
surungos de trocar passo,
ia marcando o compasso
na coronha do fuzil.
E João da Gaita pensava
olhando as mãos nas hileiras
que aquelas manoplas largas
por tempos de paz e guerra
tinham distinta função.
Pelos combates e encontros
empunhando adaga e lança,
semeando a destruição,
e nos descansos da luta
puxando a gaita manheira
nas comunhões de alegria
das rodas de chimarrão.
La fresca, não entendia
por que sina Deus lhe dera
duas funções tão distintas
para o mesmo par de mãos.
Porque a lo largo entendia
que pelear estava errado
quando no campo da luta
justava irmão contra irmão.
- Ah, se pudesse algum dia
ver a querência irmanada
sem que faltasse nenhum
num grande baile comum
à sombra de uma ramada
E ele de gaita estirada
que nem cobra em ressolana,
compassando a meia-canha
das polcas de relação...
Lá um dia percebeu,
para o seu entendimento
de índio meio bagual,
que o que chamavam "ideal"
era apenas, bem pensando,
ambição pura de mando
dos chefões da capital.
... daqueles que concitando
a gauchada ao combate
ficavam tomando mate
peleando só por jornal...
Cuê pucha e não é que os versos são do Rillo... que dirão os ortodoxos!!!
Porto Aelgre, nova de setembro.
clarins de guerra tronaram
chamando à revolução.
Pelas estâncias e vilas
caudilhos juntavam gente
pra o entrechoque iminente
jogando irmão contra irmão.
João da Gaita, o andarengo,
mesmo pouco percebendo
qual o sentido da luta
também foi na reculuta
como vaqueano da tropa.
Quando os caudilhos gritavam
pela coragem dos tebas,
nas cargas de espada e lança
os cascos da cavalhada
multiplicavam tambores
no couro tenso do chão.
Era a luta - transformando
cada local de combate
num campo-santo onde as cruzes
eram o "esse" das adagas
espetadas contra o céu.
Nos fogões de acampamento,
pelos alces dos combates,
a velha gaita se abria
num responso varonil.
E a indiada lembrando bailes,
surungos de trocar passo,
ia marcando o compasso
na coronha do fuzil.
E João da Gaita pensava
olhando as mãos nas hileiras
que aquelas manoplas largas
por tempos de paz e guerra
tinham distinta função.
Pelos combates e encontros
empunhando adaga e lança,
semeando a destruição,
e nos descansos da luta
puxando a gaita manheira
nas comunhões de alegria
das rodas de chimarrão.
La fresca, não entendia
por que sina Deus lhe dera
duas funções tão distintas
para o mesmo par de mãos.
Porque a lo largo entendia
que pelear estava errado
quando no campo da luta
justava irmão contra irmão.
- Ah, se pudesse algum dia
ver a querência irmanada
sem que faltasse nenhum
num grande baile comum
à sombra de uma ramada
E ele de gaita estirada
que nem cobra em ressolana,
compassando a meia-canha
das polcas de relação...
Lá um dia percebeu,
para o seu entendimento
de índio meio bagual,
que o que chamavam "ideal"
era apenas, bem pensando,
ambição pura de mando
dos chefões da capital.
... daqueles que concitando
a gauchada ao combate
ficavam tomando mate
peleando só por jornal...
Cuê pucha e não é que os versos são do Rillo... que dirão os ortodoxos!!!
Porto Aelgre, nova de setembro.
sábado, setembro 16, 2006
Essa é ótima...
Gaudérios fora da linha
Nem todos os integrantes do Acampamento Farroupilha seguem as rígidas normas estabelecidas pelo MTG
Espécie de prefeito do Acampamento Farroupilha, o coordenador de Nativismo da prefeitura de Porto Alegre, Nei Fagundes Machado, faz o diagnóstico: uma parcela dos tradicionalistas instalados nos piquetes no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho não observa as regras do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) quando veste os trajes gaúchos.
- Não exigimos, mas aconselhamos que os participantes respeitem as normas, porque o acampamento busca perpetuar nossas tradições - afirma.
A convite de Zero Hora, ele listou os principais pecados que observa pelas ruelas do parque. Também reuniu Maria Lucia Almeida dos Santos e Oscar Garrido, dois exemplos positivos, para apontar dicas de uso correto das indumentárias, conforme os princípios tradicionalistas.
Pecados ao vestir... qual será a próxima dos ortodoxos tradicionalistas!!!
Porto Algre, nova de setembro.
Gaudérios fora da linha
Nem todos os integrantes do Acampamento Farroupilha seguem as rígidas normas estabelecidas pelo MTG
Espécie de prefeito do Acampamento Farroupilha, o coordenador de Nativismo da prefeitura de Porto Alegre, Nei Fagundes Machado, faz o diagnóstico: uma parcela dos tradicionalistas instalados nos piquetes no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho não observa as regras do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) quando veste os trajes gaúchos.
- Não exigimos, mas aconselhamos que os participantes respeitem as normas, porque o acampamento busca perpetuar nossas tradições - afirma.
A convite de Zero Hora, ele listou os principais pecados que observa pelas ruelas do parque. Também reuniu Maria Lucia Almeida dos Santos e Oscar Garrido, dois exemplos positivos, para apontar dicas de uso correto das indumentárias, conforme os princípios tradicionalistas.
Pecados ao vestir... qual será a próxima dos ortodoxos tradicionalistas!!!
Porto Algre, nova de setembro.
terça-feira, setembro 12, 2006
Transcrevi o texto da música "Co´as espera torta" espero que seja assim mesmo...
quando eu chegar de volta
co´as espora torta e a tropilha mansa
trago um coração de freio
pronto pros arreio dessa moça
chega de domar tormentas
sesmarias pra enfrenar
tenho quem me aqueça o mate
quem não quer que eu vá
Porto Alegre, nova de setembro.
quando eu chegar de volta
co´as espora torta e a tropilha mansa
trago um coração de freio
pronto pros arreio dessa moça
chega de domar tormentas
sesmarias pra enfrenar
tenho quem me aqueça o mate
quem não quer que eu vá
Porto Alegre, nova de setembro.
quinta-feira, setembro 07, 2006
"Eu tinha uma vaquinha que se arrastava de pança, dava dez litros de leite e era flor de vaca mansa!" Foi esse o verso que eu larguei ontem durante a execução da música "Jogando Truco", no Solar dos Câmara. Grande apresentação - música de qualidade, com ótimos arranjos, ritmos e músicas incidentais bem usados e dissonâncias aplicadas na medida certa. Pirisca Grecco e seus três comparsas fizeram ontem algo que classifico como ímpar, como obra de arte. Desde as músicas intimistas até as mais largadas, àquelas de sapatear num bailado, todas muito bem tocadas e interpretadas. O público, com certeza, agradece. Eu, de lambuja, comprei um baita CD, Bem de Bem, que indico de oio fechado.
p.s. Visitem www.pirisca.com
Porto Alegre, cheia de setembro.
p.s. Visitem www.pirisca.com
Porto Alegre, cheia de setembro.
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