Vago é meu pago.
Este que trago,
Cicatrizes em mim.
Raiz de minhas íntimas origens,
Veio subterrâneo de onde vim.
Vago é meu pago.
Este que trago,
Em músculos e ossos.
Inteiro como foi porque é memória,
Flor de perenidade entre destroços.
Vago é meu pago.
Este que trago,
como sombra e manto.
É meu destino a cruz de sustentá-lo
Nos alicerces de vento do meu canto.
Raízes e identidade. Passado e futuro. Ambos extremos se pertence e se perdem no tempo e no espaço. Talvez seja por isso que o gaúcho tente firmar o garrão, segurando na ponta do laço o potrilho que puxa do outro lado e esse animalito, que alguns chamam de evolução ou modernidade, tenta, de todos meios, ganhar espaço. A luta é desigual e, creio, não seja justa, pois o maleva é mais novo e forte. No entanto, será essa peleia necessária? Será o futuro tão ameaçador? Essas perguntas que nem não ousamos fazer em nome de ortodoxias que, provavelmente, nem existam. Afinal, quem sustenta tais ?ideais? os mantém por quais interesses? A resposta não é simples, embora saibamos que muitos ganham, e não pouco, com tudo isso. Não questiono nesses devaneios nossa origem, tampouco a identidade que nos custa tanto, mas o fato que me incomoda são as arbitrariedades cometidas pelos papas da tradição, figuras marcadas e que sustentam-na por motivos não muito elevados na maioria das vezes. Classifico este post como devaneio, pois não embretar-se é insanidade para muitos, ainda que, a liberdade seja uma de nossas bandeiras. Não tenho respostas, patrícios, bem que queria tê-las, mas a dúvida e o questionamento são passos no trilho que conduz a essas e ainda que elas não sejam plenas, penso que assim é melhor, caminhamos por ela [a verdade] e não em busca dela.
Porto Alegre, cheia de janeiro.
P.S. Que inverno brabo seu!!!
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