Se os patrícios ainda não perceberam mesmo não sendo lua nova eu insisto que seja. Como assim!? É que embora as fases da lua tenham seu ciclo normal continuo a camperiar na nova. No breu da noite escura, onde não se vê um palmo diante dos olhos, tenteando encontrar algum ponto onde me guiar no rumo pras casa. Meu lubuno vai sestroso pisando que nem passarinho, orelha erguidas e olhar atento. Desde que a lua se foi a noite é sempre assim e parece que nunca irei chegar ao meu destino. Vez por outra cerro os olhos e vejo a lua clara, redonda no céu como que num aceno, então encho o peito de esperança e me ponho a trotear. Quando vem a alvorada percebo que não sai do lugar, que estive a noite toda a vagar sem chegar a lugar algum. Então é hora de parar desencilhar e descansar. Para outra noite que vai chegar, quando quem sabe a lua não esteja nova, mas cheia e bela como eu a conheci.
Porto Alegre, nova de março.
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