Disse uma certa vez uma homem que a vida é como um suspiro que está aqui num instante para no outro não estar mais. Hoje o céu não se encheu de nuvens e escureceu a tua, talvez esteja tão triste quanto eu. Várias lembranças vêm nesse momento: os carrinhos de lomba, as disputas nos grenais, os churrasco sob a marquize da sacada lá na casa dos meus pais... Mais que um amigo eu perdi um irmão! alguém que mesmo no outro continente não deixava de escrever um mail no meu anivesário, alguém que me orgulha muito por sua obstinação e caráter. O céu hoje está triste como eu e chora uma chuva miuda, sentida. O Tutui se foi e nada do que eu escreva ou lembre o trará de volta. Fica na memória apenas lembranças e saudade. E eu espero ansioso o dia em que no galpão grande do Céu nós estaremos juntos de novo pra um truco, um mate e uma prosa amiga.
Adeus e até logo, meu amigo.
Porto Alegre, hoje triste, nova de fevereiro.
Blogue grosso e taura uma barbaridade. Nele, além de cultura, literatura, música, payadas, vão nossos chasques e peçuelos. Reflexões feitas à beira dum fogo de chão escritas por quatro queras arinconados em Porto Alegre: Maneador, Castrador, Curador e Marcador.
sábado, fevereiro 25, 2006
Esse post é do Castrador em seu outros blog que eu tomei a liberdade de copiá-lo aqui. Façam bom proveito.
Quinta-feira, Fevereiro 23, 2006
Separatista graças a Deus
Explorando pelos livros da biblioteca onde trabalho, encontro um exemplar fantástico da produção literária gaúcha. O livro se chama "Nós os gaúchos" e traz um apanhado de textos de diversos autores que, apesar de não merecerem comparação com nenhum Mário Quintana, expressam cada qual com o seu jeito, um sentimento que volta e meia vem a tona no peito de muitos gaúchos. Com um governo central tão castrador e parasita, com suas políticas tanto fiscais quanto públicas que não apenas nos impedem de crescer, mas nos penalizam quando crescemos economicamente desviando nossa riqueza para outros estados, com tanta roubalheira explícita, tanta canalhice, não seria hora de seguirmos o nosso próprio caminho e criarmos uma nação com a nossa cara, com a nossa identidade? Afinal o que temos nós com o resto do Brasil além da língua e de uns poucos costumes? Portugal tem o mesmo, e nos tornamos independente deles há séculos... Estamos geograficamente ligados ao Brasil, mas o resto dos paises da América Latina estão (apenas a Bolívia que não, segundo o nosso atual presidente). Bem, acima de tudo para mim está o fator cultural, tema do qual trata o texto abaixo escrito pelo sr. Flávio Del Mese, mais uma inspirada mente gaúcha.
Os gaúchos e o seu país
Confesso que não considero o Rio Grande do Sul parte do Brasil. Evidentemente, aceito a geografia e o fato de pertencermos ao Brasil. Mas etnicamente acho que não temos nada a ver com isso. Um dos nossos grandes erros ou quem sabe, o nosso erro aconteceu quando o Uruguai pediu as contas e nós nos rebelamos contra ele ao invés de acompanhá-lo. Obviamente, o Uruguai tem uma condição de país pior do que a do Brasil, mas nesse caso eu concordo em piorar de situação.
Acho que o mundo, hoje, está voltando ao tribalismo. E a nossa tribo é muito mais ligada ao rio da Prata do que ao restante do Brasil. Tenho a nítida impressão de que quando saio em direção ao Uruguai e Argentina, só muda o idioma. O resto é tudo igual. Já quando viajo acima de, São Paulo, continua o mesmo idioma, mas muda todo o restante. E outro país, sem a menor dúvida.
Não vejo outra forma de consertar o Brasil que não seja através de uma divisão em que os amazonenses ficassem com a Amazônia, os nordestinos com o Nordeste, o pessoal de Rio e São Paulo com os estados mais ricos e nós, enfim, iríamos procurar nossas raízes e nosso modo de vida. Seria trágico, teríamos dez anos de uma miséria enorme, perdendo, quem sabe, o mercado consumidor do centro do País. Mas seria o início de alguma coisa.
Quinta-feira, Fevereiro 23, 2006
Separatista graças a Deus
Explorando pelos livros da biblioteca onde trabalho, encontro um exemplar fantástico da produção literária gaúcha. O livro se chama "Nós os gaúchos" e traz um apanhado de textos de diversos autores que, apesar de não merecerem comparação com nenhum Mário Quintana, expressam cada qual com o seu jeito, um sentimento que volta e meia vem a tona no peito de muitos gaúchos. Com um governo central tão castrador e parasita, com suas políticas tanto fiscais quanto públicas que não apenas nos impedem de crescer, mas nos penalizam quando crescemos economicamente desviando nossa riqueza para outros estados, com tanta roubalheira explícita, tanta canalhice, não seria hora de seguirmos o nosso próprio caminho e criarmos uma nação com a nossa cara, com a nossa identidade? Afinal o que temos nós com o resto do Brasil além da língua e de uns poucos costumes? Portugal tem o mesmo, e nos tornamos independente deles há séculos... Estamos geograficamente ligados ao Brasil, mas o resto dos paises da América Latina estão (apenas a Bolívia que não, segundo o nosso atual presidente). Bem, acima de tudo para mim está o fator cultural, tema do qual trata o texto abaixo escrito pelo sr. Flávio Del Mese, mais uma inspirada mente gaúcha.
Os gaúchos e o seu país
Confesso que não considero o Rio Grande do Sul parte do Brasil. Evidentemente, aceito a geografia e o fato de pertencermos ao Brasil. Mas etnicamente acho que não temos nada a ver com isso. Um dos nossos grandes erros ou quem sabe, o nosso erro aconteceu quando o Uruguai pediu as contas e nós nos rebelamos contra ele ao invés de acompanhá-lo. Obviamente, o Uruguai tem uma condição de país pior do que a do Brasil, mas nesse caso eu concordo em piorar de situação.
Acho que o mundo, hoje, está voltando ao tribalismo. E a nossa tribo é muito mais ligada ao rio da Prata do que ao restante do Brasil. Tenho a nítida impressão de que quando saio em direção ao Uruguai e Argentina, só muda o idioma. O resto é tudo igual. Já quando viajo acima de, São Paulo, continua o mesmo idioma, mas muda todo o restante. E outro país, sem a menor dúvida.
Não vejo outra forma de consertar o Brasil que não seja através de uma divisão em que os amazonenses ficassem com a Amazônia, os nordestinos com o Nordeste, o pessoal de Rio e São Paulo com os estados mais ricos e nós, enfim, iríamos procurar nossas raízes e nosso modo de vida. Seria trágico, teríamos dez anos de uma miséria enorme, perdendo, quem sabe, o mercado consumidor do centro do País. Mas seria o início de alguma coisa.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Prece do Cavalo
Ao meu amo, ofereço a minha oração:Da-me comida e cuida de mim, e quando a jornada terminar;Dá-me abrigo, uma cama limpa e seca e uma baia ampla para descansar em conforto.Fala comigo, tua voz muitas vezes significa para mim o mesmo que as rédeas.Afaga-me às vezes, para que te possa servir com mais alegria e aprenda te amar.Não maltratas minha boca com o freio e não me faças correr ou subir um morro.Nunca, eu te suplico, me agridas ou me espanques quando não entender o que queres de mim, mas dá-me uma oportunidade de te compreender.E, quando não for obediente ao teu comando, vê se algo não está correto nos meus arreios, ou maltratando meus pés.E, finalmente, quando a minha utilidade se acabar, não me deixes morrer de frio ou à míngua nem me vendas para alguém cruel para morrer lentamente torturado ou morrer de fome.Mas bondosamente, meu amo, sacrifica-me tu mesmo e teu Deus te recompensáreis para sempre.Não me julgues irreverente se te peço isto, em nome D'Aquele que também nasceu num estábulo!
sábado, fevereiro 18, 2006
Mais uma alegria...
O Capando, ultimamente, anda parecido com arroz de festa... Bueno, semana passada foi a minha linda afilhada que nasceu, hoy o grande amigo Maneador, que Dios o Bendiga, se forma em História pela UFRGS. Não podia, entonces, deixar passar uma data tão especial para meu ermão e não lhe deixar aqui um forte quebra-costela. Para fechar com uma costela bem gorda, que é a nossa variante para "com chave de ouro", transcrevo um verso do Nelson Cardoso, o gaiteiro dos Canudo.
Pra conhecer gente buena sempre fui muito sortudo
E dentre os amigos que tenho tem um flor de macanudo
É o grande Maneador índio guapo e cupinudo
Pra quem dou meu coração com tripa, mondongo e tudo.
Bueno, patrícios esperem que daqui a alguns dias vai ter um regalo muy especial O TAL DE "PODCAST", que vulgarmente eu chamo de podecastrar.
Porto Alegre, cheia de fevereiro.
P.S. Só para constar, o índio anda mais faceiro que ganso novo em taipa de açude.
Pra conhecer gente buena sempre fui muito sortudo
E dentre os amigos que tenho tem um flor de macanudo
É o grande Maneador índio guapo e cupinudo
Pra quem dou meu coração com tripa, mondongo e tudo.
Bueno, patrícios esperem que daqui a alguns dias vai ter um regalo muy especial O TAL DE "PODCAST", que vulgarmente eu chamo de podecastrar.
Porto Alegre, cheia de fevereiro.
P.S. Só para constar, o índio anda mais faceiro que ganso novo em taipa de açude.
domingo, fevereiro 12, 2006
Um sapucai é pouco...
Na sexta-feira passado o Rio Grande ganhou mais uma florezita e cá entre nós, bonita uma barbaridade. Poes les conto, o cumpadre Marcador é pai pela primeira vez de uma linda menina. Eu padrinho coruja não podia deixar de contar a novidade aos patrícios. Cuê pucha, ahora tengo que comprar um revorve e caprichá nas bala. Ao meu cumpadre e a crumadre meus mais sinceros votos de felicidade e que a pequenina seja um regalo de Deus para os dois.
Porto Alegre, cheia de fevereiro.
Porto Alegre, cheia de fevereiro.
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