Toda manhã quando cevo um amargo pra empeçar a lida do dia sei que mais do que erva, bomba, cuia e chaleira estão envolvidos neste ritual. Digo ritual pois a um quê de sagrado, alguma coisa de ?místico? neste hábito. A solitude que me desperta, a reflexão é como se o galpão interior, cheio de vozes, se tornasse silente para desfrutar do amargo. Há, é claro, na comunhão do chimarrão com os ermãos grande alegria. Mas, o mate sorvido solito traz-nos algo que não existe nas vozes dos outros e que descobrimos só na solidão.
Vejo-me mateando solito, e no vapor que sai da cuia deixo levar meus pensamentos distantes, distantes? até que alguém os possa encontrar.
Porto Alegre, lua crescente de junho.
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