segunda-feira, junho 28, 2004

Sinuelando

Há muitas coisas que a cidade tirou de mim as quais eu sinto muita falta: o amanhecer na campanha, o grito do quero-quero, o rufar de patas, o relincho do potro... coisas que são minhas por legado dos meus pais e avós. Que faziam-me tão faceiro e das quais sinto tanta falta. E são nestes dias de nuvens quando bombeio pela janela do apartamento e vejo que o cinza do céu e o mesmo dos prédios que fico mais cestroso. Cansei a muito do ronco dos motores de carros e das jaulas que chamamos de casas. Anseio pela liberdade do campo, pelo murmúrio da sanga e tudo o mais que deixei lá fora "quem nasce buscando a sorte por liberdade, mentira a tal igualdade não existe por aqui." Percebo que a realidade se revela mais cruel por essas bandas, que os homens de tanto andarem montados nas máquinas comparam os seus patrícios a elas. Não é isso que quero, não é isso que acredito. Quero uma nova realidade, como a lá de fora, onde o "passe pra diante" é o reflexo natural do "oh de casa!?"; onde amigos são sempre amigos e não só prás percisão. Distante do campo sonho com o dia que o homem citadino não nos veja como "grossos", mas como sábios que vêm sinuelando um futuro de valores melhores.

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