sexta-feira, junho 25, 2004

O Gaúcho Não é Mais o Mesmo

Tiago de Mello Cargnin


O gaúcho já não é mais o mesmo
O bater dos casco é um ronco de motor
O tinir das esporas se parecem um pouco
com os das chaves de cadeados
E aos poucos as imagens do passado
Se tornarão apenas figuras de livros
O gaúcho não é mais o mesmo
Valores respeitosos foram substituídos
Por outros menos valentes
Deixou-se de ser hospitaleiro
Para desconfiar de tudo e todos
E da liberdade do campo não ficou nem o cheiro
Atrás das grades das cidades
O gaúcho não é mais o mesmo?
Será que ninguém mais bombeia o passado
Com saudade e melancolia.

Pois, lês digo o gaúcho é o mesmo
Seu desejo por liberdade não sucumbiu
Nos becos das cidades
Mesmo que na mala de garupa
Escassiaram os sonhos;
Algum, por certo, restou.
E mesmo sendo pequena a esperança
Esta é constante como rangir de roda de carreta
E penetrante como o grito do quero-quero

O gaúcho não é mais o mesmo,
Embora seja como sempre foi.



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