sexta-feira, agosto 20, 2004


Certa vez escrevi para minha Florecita, que escrever era como um dia nublado; nem todos os dias são nublados como nem todos dias são propícios para se escrever. Bueno, esse é um desses dias. Mas como disse o homê das ciência, que a tal inspiração era só uma parte pequenita das coisas que fazemos me atraco a rabiscar.
Lembro do Verso do Mauro Moraes: "eu escrevo com o violão no colo enchendo os olhos de sinuelo."
O que vem sinuelando meus pensamentos de hoje são mesmas e corriqueiras cousas. São os meus peçuelos engarupados um a um, os quais cuido e preservo. Talvez por aporreado que seja teimo em amadrinhar minhas esperanças. E para não discorrer sobre a mesmice atraco um verso que considero flor de especial. Entonces patrícios, quem sabe amanhã se faça nublado, de novo, em meu rancho.

"É meu vizinho de porta
Um casal de quero-quero,
Por isso, embora índio pobre,
Bem rico me considero:
Tendo china, pingo e cusco
Do mundo nada mais quero!"
Jayme Caetano Braum

Porto Alegre, lua nova de agosto.

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