segunda-feira, setembro 20, 2004

Ao Rio Grande, o meu abraço


O gaúcho se define como tipo ainda na primeira metade do século XVIII. Não é um tipo racial, fruto de mestiçagem étnica, mas a resultante natural de uma necessidade econômica - o aparecimento do homem capaz de se aventurar nas vacarias, para caçar o gado chimarrão (selvagem, como o mate e o cachorro do campo).
De lá pra cá se vão dois séculos. Não há mais gado solto sem dono e nem teatinos para dar-lhes um alce. Aliás, durante longos anos a identidade cultural do gaúcho sofreu grande depreciação fruto, principalmente, dos estrangeirismos que influenciaram toda a nação brasileira.
Contudo, a chama tradicionalista nunca se apagou nos galpões gaúchos. E lá por meados de 47 uma gurizada se juntou, para que tudo aquilo que era crioulo - nativo - não fosse esquecido. Destes que iniciaram o processo de estruturação e normatização das ditas tradições gaúchas podemos destacar: Ciro Martins, Ciro Gavião, Barbosa Lessa, Paixão Cortes, entre outros. É muito interessante se pensarmos que nesta época todos eles não contavam com mais de vinte anos de idade.
E a roda da carreta do tempo continuou ringindo e chegamos até nossos dias, com o movimento gaúcho organizado e institucionalizado, que se espalhou pelo mundo todo. Existem CTGs na China, no Japão, na Rússia... Contudo, muitos gaúchos vivem "alheios" a este movimento. Gaúchos de nascimento não cultivam nem prezam por suas tradições. Mas sentem, com certeza, uma pontinha de orgulho por terem vingado aqui neste torrão.
É uma época de celebrar nossa história, nosso gauchismo e seus ideais. Mais do que isso, é época também de recolutar o que temos feito por este pampa sulino, de bombear o passado com os olhos no futuro para que a nossa terra bravia possa ser um lugar muito mais macanudo do que já é hoje, para que nossa herança não seja só de palavras mas, como nos dizem as Escrituras de atos de justiça.
"Rio Grande véio que hoje eu canto emocionado na semana farroupilha". Por ti vai minha oração e meu agradecimento por teres feito tanto pela pátria verde-amarela.

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