Depois de um dia corrido, a noite foi mui buena. Pode fazer algo que não praticava a tempos: tocar minhas partituras do tempo de estudante de violão.
Desde quando aprendi com meu avô os primeiros acordes nunca mais larguei o violão. Já cruzou muita água por debaixo da ponte e continuo apaixonado pela guitarra. Lamento muito por estar um pouco enferrujado e lembro com galhardia os meus tempos áureos de violeiro. É pena que agora a tenho apenas como regalo nos momentos de solitude. Contudo, consigo me emocionar e encher de garbo quando aquela peça mui querida sai a contento.
Por fim, como regalo para ustedes deixo estas estrofes do poema Guitarra, do ilustre Dom Jaime:
Velha guitarra pampeana
Que meus penares acordas,
Neste alambrado de cordas,
Espichado na coxilha
Boto na forma a tropilha
De antigas evocações,
Desde as velhas reduções
Aos combates farroupilhas
E bem junto do meu peito
Eu sinto quando ponteio
Que vou parando rodeio
No invernadão da saudade
Quando guascas de outra idade
Nos entreveros de guerra
Fizeram da nossa terra
O templo da liberdade!
[...]
Ó velho traste andarengo
Que ninguém sabe a querência
Porque és a mesma na essência
Inglesa, Russa, Espanhola
Guitarra, violão ou viola
Tenhas o nome que for,
Para este guasca cantor
A ti não faltam virtudes
E mesmo em linguagem rude
Balbuciada, enrouquecida,
Velha guitarra querida
Permite que eu te saúde!!!
Porto Alegre, cheia de setembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário