Enfim ela veio: a chuva. Foram dias e dias de ressolana braba e o pior, patrícios, é que não tinha nem uma sanga, ou lajeado para mim poder me banhar. Tive que agüentar no osso do peito! Mas, enfim, ela veio! Buena e intensa, como foram os dias de calor. A chuva faz-me rememorar fatos e histórias muy belas: bolo de chuva ao pé do fogão à lenha, banhos de chuva nas ruas de Três de Maio, colhendo pêra nas árvores, os causos do meu avô... Os dias em que chove aqui em Porto Alegre são sinônimos, na maioria das vezes, de leitura, conversas, mate solito e de acolherar os pensamentos pera dentro do galpão, já que podem se molhar. O que para eles é proteção para mim muitas vezes é desventura: como todos estão sob o mesmo teto empeçam a resmungar, brigar por comida e água. Êta bicharedo... e não há trança de oito, balaço de trinta e oito que acalme-os depois que se atracam numa rusga dessas.
Chove, e sinto que hoje a bagunça vai ser feia. Deus queira que não estraguem o galpão!
Porto Algre, cheia de março.
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