quinta-feira, março 02, 2006

Caso a lua fosse cheia...

Há um sorriso de lua, ?quarto-crescendo? no céu
Se escondendo no chapéu, de ventos já desabado
Frente as olhar que retorna, que é um vistaço no dela
Mirando desde a cancela, um sonho do mês passado

Mais uma vez me entrego, de alma e de coração
Dando rédeas pra razão, que às vezes bota maneia
Preparo trança de doze, bombilhas de prata e ouro
Pra ir luzindo no couro, caso a lua fosse cheia

Amar é desencilhar, quando se chega em visita
Depois soltar as desditas, pra um fundo de invernada
Tomar um mate cevado, com poejo e boas vindas
Olhar os olhos da linda, matar a sede da estrada

Quem ama de alma estradeira, ?às vez? se perde de si
Por isso que hoje parti, bombeando a lua de perto
Direito a um rancho ?nas lavras?, onde mora o bem querer
Motivo pra se estender, num trote de rumo certo

Sabe Deus que me conhece, faz um punhado de anos
Que eu tenho feito meus planos, e a coisa já andou feia
Que ia ser bem bonito, eu mostrando a noite bela
Pra minha linda na janela, caso a lua fosse cheia

Amar buscar mais lenha, pra o fogo na madrugada
Depois de mate e estrada, de sonho e alguma razão
E entregar toda alma, sem rédeas e sem aviso
Acostumando um sorriso, às baldas do coração.


Porto Alegre, quarto-crescente.

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