Gujo Teixeira
Deu saudade minha linda, deu saudade!
Pra dizer bem a verdade foi assim...
Era tarde e o meu rancho por solito
te encontro nessa lembrança junto a mim.
Repontou saudades doces, feito um beijo
No destino mais amargo que ela tem
Quem me dera, esse mate em outra tarde
Tomar um, e alcançar outro para alguém.
Só depois que desencilho e o dia acalma
Nas quietudes costumeiras da querência
Nos teus olhos cor de noite e domingueiros
Me transporto e conto os dias desta ausência.
Mês passado, minha linda, tu bem sabes
O temporal encheu o passo da cruzada
E o gateado que não sabe o que é saudade
Por cismado, não cruzou o vau da estrada.
Eu aqui, entre os mates faço uns versos
Desses largos pra enganar a solidão
Por que a alma tem razões desconhecidas
Que nos fazem ser por vezes solidão.
Quem sabe o tempo, soberano das esperas
Fim do mês, não abra o céu e eu cruze o passo
Pra matear, um fim de tarde no teu rancho
E trocar ausências sim!! Por um abraço!!
Porto Alegre, crescente de outubro.
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