quinta-feira, outubro 21, 2004

Saudades

O friosito destes dias me tem feito lembrar do inverno. Das coisas boas que só podemos fazer nesta estação do ano. No entanto, há quem diga que não gosta do frio, pois eu aprecio umas quantas "veiz". A madruga ainda escura, enrigelada, a cerração, a geada, um fogo de chão, o mate recém cevado, puchero... É claro que eu não descarto as dificuldades enfrentadas no inverno, mas, para mim, se comparadas com a dos dias quentes não são nada. Só que, o friosito que aí está se vai de vereda e fica para nosotros as saudades do inverno. E as saudades patrícios são como estações no ano, ora vem quente e suarentas, ora frias e enrigeladas. Só quem não tem saudades não sabe disso e não falo somente da saudade passional. Com o verão a saudade da primavera chega somada a do inverno, e a do outono e todo o ano se repetem as vezes sanadas, outras cultivadas mas sempre há uma saudade. Assim como sempre acabam as estações do ano. e tu patrício podes pensar que melhor seria então que não atentássemos para as estações afim de não sentir saudades. Discordo e explico: se vivemos plenamente cada estação a saudades que sentiremos dela será embalada por boas e singelas lembranças, do contrário a única coisa que teremos será a mais triste das inquietações: Ah! Se tivesse feito tal côsa!

Porto Alegre, crescente de outubro.

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