quinta-feira, outubro 28, 2004

Vidinha que é minha

Quando se senta a porta do rancho para matear é que se achega de mansinho, os pensamentos. Sestrosos de primeiro, para depois soltarem as rédeas num galope em disparada. Enquanto o dia se vai e vêm as lembranças é que o índio taura pensa, não só na lida, mas no que é feito da vida.
A mim me gusta muito trançar lembranças e sonhos futuros. Principalmente aqueles que, por mais distantes que estejam, trago para bem pertito. Não são sonhos de riquezas, vida abastada, nem mesmo com uma estanciola sonho eu. Tenciono estar junto de minha bem-amada, um piazito, um ranchito, um cusco ovelheiro, cavalo bom... "vidinha que é minha só pro meu consumo". Se o Patrão de nosotros todos quiser me conceder tais coisas declaro-me o qüera mais satisfeito destas paragens. Pois como disse mui sabiamente Jesus, o Cristo: "Pra que juntar tesouros onde a ferrugem e a traça destroem!?", quero é guardar aquilo que vale de verdade. Que homem algum pode tirar e que por faceiro, no campo grande do céu vou continuar a mirar.

Porto Alegre, cheia de outubro.

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