quinta-feira, julho 29, 2004

Redomão

Dois dias sem postar. Na segunda foi tão somente por falta de tempo, ontem por falta de assunto. Recomecei a lida e prescindia alguns ajustes para que tudo corresse bem.  Hoje!? Bem,  hoje é dia de Entrevero na Rural, dia do retoço para os namorados e assim por diante.
Mas não foi para falar da programação do dia que empecei este post. Aliás, depois de uma semana na campanha penso que minha vida é mais "pacata" aqui do que lá. Digo isto por causa da rotina das coisas: sempre o mesmo ônibus, trabalho, pessoas e problemas. Se de vez em quando não pechasse essa rotina contra a mangueira viveria a fazer coisas sem perceber o seu sentido, sua forma e seus princípios.
É engraçado que quando fazemos muitas vezes as mesmas coisas elas perdem o seu significado, é como quando alguém por tanto mirar o pôr-do-sol nem se da por conta de que, ele se põe de forma deslumbrante a cada dia. E talvez esteja aí o grande problema dos relacionamentos frustrados. Que são como mates que perderam o gosto, como a geada que se dissipa aos primeiros raios de sol.
E isso só acontece porque deixamos que o cotidiano nos coloque uma canga, nos embuçale. Quando a simplicidade deixa de ser percebida por ser simples demais. Entonces a vida deixa de ter sentido, de ser sentida. É quando os suspiros não ecoam mais, é quando se calam as sabiás por não terem para quem cantar, é quando passamos a imitar as máquinas.
Bombeio ainda cada manhã como se fosse a única, ainda percebo as coisas derredor e por em quanto vivo este entono de redomão.

Porto Alegre, crescente de julho.


Nenhum comentário: